VOLKSWAGEN FUSCA
O popular resistente da montadora alemã que conquistou o mundo
A história do Fusca se confunde um pouco com a própria história da Alemanha, durante o governo do ditador nazista Hitler. Projetado para ser um veículo robusto e eficiente tanto para uso urbano quanto para fins profissionais, ele inicialmente era voltado para uso militar e, só depois, urbano.
Toda a produção do automóvel seguiu as diretrizes de Hitler, que exigia uma série de condições para mantê-lo nas ruas: o carro deveria manter uma velocidade constante de 100km/h, suportar ao menos dois adultos e três crianças; consumir, no mínimo, 13km/l. Também deveria contar com um sistema de refrigeração a ar, além de ser barato e acessível para a população, incluindo os militares da época.
No final dos anos 1930 estava decretado o surgimento da ?Sociedade para a Produção do Automóvel Popular Alemão?, mais tarde batizada de Volkswagen. Com o nome da montadora definido, o kdf-wagen, nome dado ao popular Fusca, tinha a sua produção decretada.
Inicialmente produzido na Alemanha, o veículo despertou a atenção de outros países, em especial, a Inglaterra e os Estados Unidos, que saíram vitoriosos da Segunda Guerra Mundial.
Em 1950, foi a vez do Brasil ter a oportunidade de receber o Volkswagen Fusca. Considerando a boa aceitação do modelo na Europa e nos EUA, a montadora alemã decidiu importar o Volkswagen Fusca para a América Latina, tendo o Brasil como um dos destinos do automóvel.
A Brasmotor (mais tarde conhecida como Brastemp) ficou responsável pela montagem do veículo, que ganhou janelas traseiras bi partidas, mantendo o seu característico design oval.
Não demorou muito tempo para que o Fusca tivesse a sua produção 100% nacional. Três anos depois de ser importado para o território brasileiro, o veículo já tinha endereço garantido: uma fábrica construída no bairro do Ipiranga, em São Paulo. As novidades ficaram por conta da janela traseira (sem a repartição do modelo original), as novas opções de pintura da lataria e do acabamento interno.
Entre as décadas de 1970 e 1980, o carro Fusca ganhou versões especiais, que deram algum fôlego para a sua permanência no mercado nacional. No entanto, ele logo se tornou obsoleto diante dos concorrentes mais modernos e teve sua produção interrompida.
Em 1990, o então presidente Itamar Franco anunciou a volta do veículo, que durou pouco tempo, devido ao seu envelhecimento e poucos diferenciais competitivos oferecidos até aquele momento. Logo, no final da mesma década, o Fusca abandonaria novamente as ruas, deixando consigo apenas uma versão de despedida no mercado: a famosa Série Ouro.
Em pouco tempo, o veículo retornaria, assumindo um design repaginado e mais moderno, para atender às novas tecnologias e tendências que estavam surgindo nos anos 1990 e 2000.
Depois de muito estudo, a Volkswagen decidiu anunciar o New Beetle, sucessor do clássico Fusca. O veículo se diferenciava do seu irmão mais velho por causa das linhas suaves em comparação aos contornos retos e lineares do modelo anterior.
O resultado foi imediato: o veículo se tornou um sucesso no mercado norte-americano, sendo produzido até 2011, quanto entraria na sua terceira e última versão, encerrada em 2019.
Dessa vez, a montadora alemã tinha como objetivo construir um visual mais ?masculino? para o veículo, com suspensão mais baixa, dimensões mais largas e formas menos arredondadas. Outra orientação da Volkswagen para o novo modelo foi lançá-lo com o apelido de Fusca no Brasil, e Beetle em Portugal.